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ARTIFICIAL

  • Foto do escritor: Marcelo Marques Junior
    Marcelo Marques Junior
  • 16 de fev. de 2022
  • 1 min de leitura

Os sorrisos que recebo, são cortantes.

Os abraços, então, sufocam.

Não há nada natural,

Tudo é fabricado.


No mundo que vivo, nada é dado.

Tudo é retirado, tudo é conquistado.

Nada se compartilha,

É uma guerra sem fim.


Fria é a guerra que dura quase um século;

As relações que dela decorrem igualmente o são,

As pessoas que vivem nela, também.

Não há natural, tudo é artificial.


Já até duvido que a luz que brilha acima das cabeças é o sol,

Mais fácil que seja um refletor cósmico;

Abaixo dele, as plantas, robóticas, que surgem da terra falsa

Desmancham na mesma velocidade de um sorriso conquistado.


Nas ruas, estátuas de guerreiros escravagistas,

Nas folhas de jornal, verdades compradas;

Bombardeios de informações nos atingem diariamente,

Dizendo o que temos que fazer, o que temos que comprar.


Nada resiste, nada persiste, além do consumo;

Cada vez mais forte, diz-se necessário para que nos vejam,

Para que sejamos admirados, queridos.


Somos moldados à artificialidade deste mundo.

As vezes duvido até da minha própria alma:

Igualmente, não sou natural,

Sou uma máquina, um robô.


Sou mais uma inteligência artificial,

programada para cumprir as obrigações sociais

Quisera eu, temer o futuro

Tanto quanto temo o presente.

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